domingo, junho 27, 2010

Inóspito



Muitos dos lugares da nossa infância são inóspitos. Sejam-no em sentimentos ou em natureza física.

Era fácil.

Procurávamos os sítios mais estranhos para as nossas brincadeiras e correrias. Penso que esse facto se deve a ter-mos uma noção distorcida do que era conforto.

Por essa altura a palavra "conforto" resumia-se aos companheiros de "armas", roupa mais ou menos suja e algumas esfoladelas nos joelhos e nos cotovelos à laia de "troféus de guerra".

Quanto aos lugares de inóspicidade sentimental, esses encontram-se nas nossas mentes. As primeiras desilusões amorosas, as primeiras contrariedades ou mesmo a primeira derrota no jogo do berlinde. Como todos os cantos inóspitos estes obrigavam a um crescimento a partir da sobrevivência.

Se a inóspicidade física nos prepara para o mundo real e para os desafios físicos, a outra prepara-nos para lidar-mos com a vida e com os seus revezes.

Contudo, e dependendo da nossa preparação física e mental, vamos superando os desafios que o "Inóspito" nos apresenta.

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