quinta-feira, outubro 28, 2010

Tempo... que tempo???

Há pessoas que me conseguem sempre surpreender pela positiva... Positivamente são estúpidas ou estão a treinar para ser.

Este mês além de estar a trabalhar dia sim, noite sim, tive que ir fazer formação para Lisboa.

Quando voltei e pude estar com algumas pessoas que me dizem algo, vem sempre os comentários "estupidificados" do estilo...

"Já ninguém te vê... podias aparecer de vez em quando!"

 (minha cara em direcção à pessoa em questão)

"Exacto... como somos todos os desocupados eu podia aparecer mais vezes..."

Além disso ando mais ou menos assim...





Mas o mês que vem será melhor... muito melhor... (espero eu)

terça-feira, outubro 05, 2010

Diferentes Cheiros da Chuva

A noite estava fria... No ar ainda restavam as ultimas gotas da chuva que tinha caído do negro do céu.

Naquela noite o seu corpo estava mais frio que nunca... Estava ensopado de água... tremia incontrolado numa vã esperança de aquecer...

Podia ver as luzes das casas. As janelas deixavam ver as famílias abrigadas no calor das habitações. Mas ele tremia e chorava para dentro.

Ouvia falar no cheiro doce da chuva... Mas esta chuva apenas cheirava a mais uma noite de frio e tristeza.

Desde que nascera sempre tivera frio. Nunca conhecera o calor de um lar... um carinho. As ruas foram a sua casa.

Hoje o seu pequeno corpo traia-o. Queria mexer-se mas o frio e a fome não deixavam.

Seria tão bom dormir e ficar. Apenas dormir... Os seus olhos começaram a fechar-se até que umas mãos o agarraram...

"Pequenino... Pobrezinho... Estás gelado..." Dissera uma voz doce e quente como o Sol...

Depois foi a escuridão. o doce abraço do sono.

Acordou tremulo perto de uma lareira. Perto dele uma tigela deixava escapar cheiros doces de comida... a muito esperada comida...

O seu focinho aproximou-se lentamente... O seu estômago "ganhou" no duelo com o medo... e saciou-se junto da lareira que lhe aquecia o corpo.

Já não tinha frio... já não tinha fome... E tinha carinhos... tantos mimos...

Agora, e passado um ano, ouve-se chover na rua. A mesma rua que o viu nascer... Mas hoje já conhece um outro cheiro da chuva. O cheiro a água e a terra molhada.

Hoje a chuva cheira bem... Cheira a amor.

Também "cheirando a Chuva" em Fábrica de Letras