quinta-feira, junho 03, 2010

Catedral...


Como é possível que dentro de nós todos exista um deserto? Uma imensidão de nada. Onde nos perdemos com a maior das facilidades!
Sim, todos nós temos um deserto dentro de nós. Esse lugar onde deixamos que, tudo o que é supérfluo, cresça e nos consuma. Aí deixamos as nossas emoções mais negativas, a nossa parte mais negra da nossa alma. Aquilo que não queremos mostrar com facilidade.
Apesar disso é onde somos completos... Não podemos ser unos sem a nossa parte negativa. Podemos suprimi-la... Calca-la debaixo de "toneladas" de maquilhagem social, mas temos sempre essa parte de nós que nos quer engolir ao primeiro descuido.
É nesse deserto anímico que podemos criar o oásis dos nossos sonhos. O sitio onde podemos recorrer de modo a manter a sanidade mental na adversidade. É ai que devemos, edificado com amor e compreensão, criar a Catedral da Vida.
Aí dentro devemos manter a pureza, a inocência, a alegria... em suma, todos os sentimentos que fazem de nós bons seres humanos.
Contudo, a Catedral não consegue sobreviver sem o deserto que está ao seu redor... é ele que a sustenta e a mantém de pé.
Também nós não somos capazes de ser, unicamente, "bons". Precisamos de temperar a "bondade" com uma dose de egoísmo e egocentrismo.
Quem é que nos pode conhecer assim? Toda a gente! Todos devem conhecer o melhor e o pior de nós. Só assim nos damos a conhecer verdadeiramente. Sem mascaras... sem entraves...
Essa é a premissa da Catedral. Unir o Bom e o Mau que há em nós.
Pois nós não somos nem preto nem branco. Somos feitos de uma miríade de tonalidades e matizes que têm a mesma matéria de que são feitas as estrelas.

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